Em um painel realizado ontem em Chicago, nos EUA, grandes anunciantes como a Procter & Gamble e a Kraft Food defenderam que as agências de publicidade e profissionais de marketing precisam ousar mais e experimentar novas mídia. Segundo o MediaPost, que esteve no encontro, os palestrantes lembraram que não é preciso "um alto orçamento para testar campanhas na internet, em vídeo digital e no sistema wireless".
Para o representante da P&G, as empresas "precisam se conectar com consumidores, muito além do seu principal grupo de compradores". A companhia exibiu o case de um produto para cabelos, que decidiu abrir uma consultoria online para explicar as novidades aos clientes e obteve a marca dos 2,5 milhões de usuários no mundo navegando no endereço.
Já a Kraft decidiu pela abordagem de entretenimento e criou diversos jogos online que, afirma, atraem mais de 2 milhões de uniques por mês. Um dos produtos de macarrão instantâneo, por exemplo, ganhou uma campanha que pedia para os adolescentes gravarem vídeos deles mesmos realizando o prato no microondas.
E em um ponto todos os anunciantes concordaram: quem quiser crescer vai ter que investir em jogos nos próximos anos. Até 2005, estimam, o público de games na internet, apenas nos EUA e na Europa, deve ultrapassar a marca de 110 milhões de pessoas.
No Brasil, o quadro que pede inovações não é muito diferente. Uma pesquisa recente realizada pela ABA - Associação Brasileira de Anunciantes - com profissionais de mídia e anunciantes também mostrou um resultado similar.
Boa parte dos anunciantes reclamou que os mídias não oferecem novas possibilidades de anunciar e geralmente são fracos os planos que exploram canais diferentes de comunicação - para se ter uma idéia, oito em cada dez anunciantes se dizem "insatisfeitos" por não utilizar todo o potencial da mídia, extrapolar para outras praças e para outros targets.
No geral, os mídias reclamam que os anunciantes cobram muito sem incentivar soluções diferentes: acabam apoiando apenas as saídas consideradas mais tradicionais.
Carolina Hungria - 15/7/2004